LETREIRO
WWF
domingo, 30 de agosto de 2009
Caminhão movido a eletricidade é apresentado pela FIAT
O futuro chegou aos pesados
Iveco inaugura uma nova era ao produzir o primeiro caminhão elétrico do país
Da redação
A Iveco e a Usina de Itaipu apresentaram nesta semana, em Foz do Iguaçu (PR), o Daily Elétrico - o primeiro caminhão do Brasil movido à energia 100% limpa e renovável. O protótipo foi desenvolvido em parceria pelas duas empresas com o objetivo de explorar as possibilidades da utilização da energia elétrica no transporte de carga e de passageiros.
O modelo escolhido para receber a propulsão à energia elétrica foi o Iveco Daily 55C, que na versão elétrica, ganhou o nome de 55C/E. Como um chassi cabine-dupla, ele tem uma configuração muito usada por empresas distribuidoras de energia, como é o caso das empresas parcerias no projeto (Eletrobrás, ANDE, Copel, Cemig e Light).
O Daily Elétrico é equipado com três baterias Zebra Z5 (Zeolite Battery Research Africa Project), considerada a melhor bateria para esta aplicação disponível no mercado. Elas são acopladas a um motor elétrico de corrente alternada, trifásico, controlado por um inversor de potência e refrigerado a água.
O propulsor elétrico gera 40kW (54 cv) de potência nominal e torque de 13,5 kgfm a 2.950 rpm com pico de potência a 80 kW (108 cv) e torque máximo de 30,5 kgfm. A tração é traseira. Com esse conjunto, o Daily Elétrico tem velocidade máxima eletronicamente limitada a 70km/h, com força para arrancar em rampas de até 18%.
Baterias. A autonomia das baterias completamente carregadas é de 100 km. Elas não precisam ser retiradas para serem recarregadas, a operação é feita por meio de três tomadas de 220V/16A. Por não possuir efeito memória, elas não viciam.
O tempo de recarga das baterias é de oito horas e, segundo a Iveco, a tecnologia poderá ser futuramente aplicada em qualquer versão do Iveco Daily, seja chassi-cabine, furgão ou chassi de ônibus. Ainda de acordo com a montadora, a vida útil das baterias é de cerca de 1.000 ciclos (cargas).
Ao contrário das outras baterias elétricas, a Zebra também não libera hidrogênio (gás inflamável) quando em recarga, permitindo uma operação de recarga mais segura.
Planos
Produção. As primeiras dez unidades produzidas do Daily Elétrico serão entregues para a Usina de Itaipu. Para 2010, um segundo protótipo elétrico está planejado, só que em outra configuração do Daily.
Desempenho.
Desempenho. O propulsor elétrico do modelo gera até 108 cv de potência e atinge 85 km/h
Tecnologia
Caminhão possui KERS como na F-1
O Daily Elétrico utiliza a tecnologia KERS, que recupera a energia cinética gerada nas freadas, de forma semelhante ao sistema hoje utilizado em algumas equipes da Fórmula 1, como a Ferrari, que também faz parte do Grupo Fiat.
Em um veículo normal, a desaceleração (provocada pela ação dos freios) gera calor, que é completamente desperdiçado. No Daily Elétrico, este calor é transformado em energia elétrica e vai para as baterias. Assim, o caminhão amplia a carga elétrica disponível. Essa característica faz do modelo um veículo ideal para o trânsito urbano, onde o para e anda é frequente.
A caixa de direção eletro-hidráulica foi igualmente idealizada para consumir menos energia. Próximo ao comando do ar-condicionado, o Daily Elétrico traz um mostrador digital para indicar, por exemplo, a carga, a corrente e a voltagem das baterias.
Jogo rápido
Autonomia. O protótipo do Daily Elétrico é equipado com baterias à base de sódio, níquel e cádmio, com autonomia de 100 km.
Ecológicas. Após seu descarte, as baterias são totalmente recicláveis, com todos os componentes podendo ser posteriormente reaproveitados em diversos processos industriais.
Publicado em: 30/08/2009
sábado, 29 de agosto de 2009
Bons ventos
O tema da energia é atualmente central na agenda estratégica de todas as nações mundiais. Dela depende a sustentação do crescimento das economias, bem como o equilíbrio ambiental.
Dentre as fontes geradoras, a energia eólica é tida como uma das mais promissoras fontes naturais, principalmente porque é renovável. É percebida como a energia ambientalmente mais sustentável e popularmente mais acessível, podendo garantir 10% das necessidades mundiais de eletricidade até 2020, criar 1,7 milhão de novos empregos e reduzir a emissão global de CO2 na atmosfera em mais de 10 bilhões de toneladas.
Razão pela qual a capacidade mundial de geração desta fonte aumentou 28,8%, em 2008, atingindo 120,8 GW - energia suficiente para fazer 500 milhões de televisores funcionarem ao mesmo tempo.
Na América Latina, a energia eólica representa menos de 1% da capacidade mundial existente. O Brasil tem o maior destaque, com cerca de 60% da capacidade instalada, equivalente a 400 MW. A marca ainda está distante do elevado potencial eólico existente no País, que pode alcançar 143 GW, comumente aceitos ou, mesmo, 300 GW, segundo estimativas mais recentes.
Entendo que o País tem, por isso, todas as condições de partida - pelo menos a mais importante, que é possuir um abundante recurso eólico - para se tornar um dos possíveis líderes mundiais neste tipo de fonte.
Esta vantagem brasileira deve-se, em grande parte, ao Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), que, apesar das suas restrições iniciais, como a imposição de um índice de nacionalização de difícil atendimento pela reduzida oferta de equipamento nacional, é responsável pelo início do crescimento do segmento eólico no Brasil.
A eólica é complementar à energia hidrelétrica e essa complementaridade pode significar economia de água nos reservatórios das grandes hídricas. A eólica pode permitir que se evite o despacho das térmicas emergenciais (a óleo combustível) que, além da emissão de gases de efeito estufa, têm um custo muito elevado. Um estudo da professora Leontina Pinto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostra que a disponibilização de 600 MW médios de eólicas permitiria poupar aproximadamente R$ 4 bilhões no despacho de térmicas, no período de 2009 a 2011.
Entretanto, análises da consultoria PSR e da ABEEólica demonstraram que o custo da energia eólica já é hoje comparável ao das usinas térmicas. Ou seja, a energia eólica está progressivamente ganhando competitividade.
A abundância de água no Brasil justifica que até hoje a prioridade dos governos tenha recaído no desenvolvimento da hídrica, cujos custos de implantação por MW são, por ora, inferiores aos da energia eólica. Mas a matriz energética brasileira terá de ser progressivamente diversificada com outras formas de energia, para além da água. A eólica tem aí um papel fundamental.
A realização do primeiro leilão específico para a energia eólica é um passo concreto na direção certa. Este será o início de um programa de longo prazo, que sinalizará para os investidores, operadores, fabricantes de materiais e prestadores de serviços uma aposta oficial, firme, no desenvolvimento deste segmento.
Porém, a sua consolidação requer metas de longo prazo, claras e ambiciosas que deverão ser refletidas no plano oficial para o setor, que à data de hoje prevê apenas 5000 MW de capacidade eólica em 2030. O que é claramente pouco em face das evidências internacionais e do potencial brasileiro. E, ainda, requer regulação específica para o setor, que clarifique as regras do jogo e que evite os movimentos especulativos, que afastam os potenciais investidores de longo prazo.
Feito isto, é deixar o mercado funcionar e trabalhar para que nos próximos dez a 20 anos o Brasil ascenda a uma posição cimeira no mercado de energia eólica. Acredito que tem todas as condições para o efeito.
António Pita de Abreu é presidente da EDP no Brasil.
Dentre as fontes geradoras, a energia eólica é tida como uma das mais promissoras fontes naturais, principalmente porque é renovável. É percebida como a energia ambientalmente mais sustentável e popularmente mais acessível, podendo garantir 10% das necessidades mundiais de eletricidade até 2020, criar 1,7 milhão de novos empregos e reduzir a emissão global de CO2 na atmosfera em mais de 10 bilhões de toneladas.
Razão pela qual a capacidade mundial de geração desta fonte aumentou 28,8%, em 2008, atingindo 120,8 GW - energia suficiente para fazer 500 milhões de televisores funcionarem ao mesmo tempo.
Na América Latina, a energia eólica representa menos de 1% da capacidade mundial existente. O Brasil tem o maior destaque, com cerca de 60% da capacidade instalada, equivalente a 400 MW. A marca ainda está distante do elevado potencial eólico existente no País, que pode alcançar 143 GW, comumente aceitos ou, mesmo, 300 GW, segundo estimativas mais recentes.
Entendo que o País tem, por isso, todas as condições de partida - pelo menos a mais importante, que é possuir um abundante recurso eólico - para se tornar um dos possíveis líderes mundiais neste tipo de fonte.
Esta vantagem brasileira deve-se, em grande parte, ao Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), que, apesar das suas restrições iniciais, como a imposição de um índice de nacionalização de difícil atendimento pela reduzida oferta de equipamento nacional, é responsável pelo início do crescimento do segmento eólico no Brasil.
A eólica é complementar à energia hidrelétrica e essa complementaridade pode significar economia de água nos reservatórios das grandes hídricas. A eólica pode permitir que se evite o despacho das térmicas emergenciais (a óleo combustível) que, além da emissão de gases de efeito estufa, têm um custo muito elevado. Um estudo da professora Leontina Pinto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostra que a disponibilização de 600 MW médios de eólicas permitiria poupar aproximadamente R$ 4 bilhões no despacho de térmicas, no período de 2009 a 2011.
Entretanto, análises da consultoria PSR e da ABEEólica demonstraram que o custo da energia eólica já é hoje comparável ao das usinas térmicas. Ou seja, a energia eólica está progressivamente ganhando competitividade.
A abundância de água no Brasil justifica que até hoje a prioridade dos governos tenha recaído no desenvolvimento da hídrica, cujos custos de implantação por MW são, por ora, inferiores aos da energia eólica. Mas a matriz energética brasileira terá de ser progressivamente diversificada com outras formas de energia, para além da água. A eólica tem aí um papel fundamental.
A realização do primeiro leilão específico para a energia eólica é um passo concreto na direção certa. Este será o início de um programa de longo prazo, que sinalizará para os investidores, operadores, fabricantes de materiais e prestadores de serviços uma aposta oficial, firme, no desenvolvimento deste segmento.
Porém, a sua consolidação requer metas de longo prazo, claras e ambiciosas que deverão ser refletidas no plano oficial para o setor, que à data de hoje prevê apenas 5000 MW de capacidade eólica em 2030. O que é claramente pouco em face das evidências internacionais e do potencial brasileiro. E, ainda, requer regulação específica para o setor, que clarifique as regras do jogo e que evite os movimentos especulativos, que afastam os potenciais investidores de longo prazo.
Feito isto, é deixar o mercado funcionar e trabalhar para que nos próximos dez a 20 anos o Brasil ascenda a uma posição cimeira no mercado de energia eólica. Acredito que tem todas as condições para o efeito.
António Pita de Abreu é presidente da EDP no Brasil.
Dinheiro público ajuda a produzir energia suja
O Brasil ainda tem a matriz energética mais limpa do mundo entre os países desenvolvidos e emergentes, mas esse quadro pode mudar com a política adotado pelo governo de incentivar o uso de fontes mais poluentes e não renováveis de geração. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou em Brasília que as usinas termoelétricas aumentaram suas emissões de CO2 (principal gás de efeito-estufa), de 1994 para 2007, em 122%. Passou de 10,8 milhões de toneladas para 24 milhões de toneladas de CO2 no período.
Há dias, Mercado Carbono procurou saber a razão de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar uma dessas usinas que, além de usar uma matéria-prima não-renovável (carvão mineral), vai utilizar produto importado. O banco destinou R$ 1,4 bilhão para a construção de uma termoelétrica em São Gonçalo do Amarante, Ceará, que entrará em operação em 2012. O BNDES alega que o custo de implantação do projeto é de cerca de R$ 4.200 por KW de capacidade instalada, enquanto uma unidade eólica é de cerca de R$ 5.000 por KW e de cogeração a bagaço de cana, R$ 2.500 por KW instalado. "Ressalte-se que, tanto no caso das unidades eólicas como no caso das de cogeração a bagaço de cana, o fator de capacidade, ou seja, a geração efetiva de energia elétrica por KW instalado é bastante inferior (cerca de 30% e 60%, respectivamente), quando comparado com o de uma termelétrica a carvão (cerca de 90%)", procuraram justificar os técnicos do banco.
Além da alegada diversificação da matriz energética (mesmo que mais suja), o banco informa que "a usina será construída utilizando modernas técnicas de engenharia e equipamentos, adotando tecnologias de queima limpa", como queimadores de baixo NOx, instalação de filtros dessulfurizadores com calcário (FGD) para controlar a emissão de SO2, e de precipitadores eletrostáticos.
Para o ministro do Meio Ambiente, a matriz energética brasileira continua muito limpa, porque ainda é muito baseada em hidrelétricas, mas há um aumento significativo das termoelétricas. Para ele, é preciso incentivar a energia eólica e solar e impedir o aumento das termoelétricas.
Há dias, Mercado Carbono procurou saber a razão de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar uma dessas usinas que, além de usar uma matéria-prima não-renovável (carvão mineral), vai utilizar produto importado. O banco destinou R$ 1,4 bilhão para a construção de uma termoelétrica em São Gonçalo do Amarante, Ceará, que entrará em operação em 2012. O BNDES alega que o custo de implantação do projeto é de cerca de R$ 4.200 por KW de capacidade instalada, enquanto uma unidade eólica é de cerca de R$ 5.000 por KW e de cogeração a bagaço de cana, R$ 2.500 por KW instalado. "Ressalte-se que, tanto no caso das unidades eólicas como no caso das de cogeração a bagaço de cana, o fator de capacidade, ou seja, a geração efetiva de energia elétrica por KW instalado é bastante inferior (cerca de 30% e 60%, respectivamente), quando comparado com o de uma termelétrica a carvão (cerca de 90%)", procuraram justificar os técnicos do banco.
Além da alegada diversificação da matriz energética (mesmo que mais suja), o banco informa que "a usina será construída utilizando modernas técnicas de engenharia e equipamentos, adotando tecnologias de queima limpa", como queimadores de baixo NOx, instalação de filtros dessulfurizadores com calcário (FGD) para controlar a emissão de SO2, e de precipitadores eletrostáticos.
Para o ministro do Meio Ambiente, a matriz energética brasileira continua muito limpa, porque ainda é muito baseada em hidrelétricas, mas há um aumento significativo das termoelétricas. Para ele, é preciso incentivar a energia eólica e solar e impedir o aumento das termoelétricas.
O meio-ambiente e as responsabilidades empresariais
O meio-ambiente e as responsabilidades empresariais
Escrito por AZ | Brasil Assessoria & Comunicação
Sáb, 29 de Agosto de 2009 09:15
Apesar de o Estado ter a responsabilidade de fiscalizar, as empresas precisam se adequar à nova realidade e cultura: de proteção ambiental
“A responsabilidade sócio ambiental tem se tornado um elemento cada vez mais importante quando se trata de competitividade para os negócios. Atualmente, empresas dos mais diferentes setores e portes investem em ações ambientais e têm percebido retorno positivo em uma “classificação da imagem” no mercado. A afirmação é do advogado Armando Char, da Penteado Mendonça Advocacia, especializado em relações de consumo e empresariais. Ele explica que o meio-ambiente é um direito coletivo, pois é necessário que esteja ecologicamente equilibrado e sustentável para que a vida se desenvolva com qualidade. Com isso, é dever do Estado a fiscalização por danos ambientais. No Brasil, em 1981 foi editada a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938), criando o regime da responsabilidade civil objetiva pelos danos causados ao meio-ambiente. “Em linhas gerais, a existência de uma ação lesiva e o de dano à natureza e o nexo de causalidade entre ambos já é o suficiente para a configuração do dever de reparação”, comenta o advogado. Inclusive, abrindo precedente na Justiça sobre o tema, a recente decisão do ministro Humberto Martins, do STJ, sustentou que em caso de omissão do órgão estadual na fiscalização da outorga da licença ambiental, cabe ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) o dever de exercer o poder de polícia administrativa, distinguindo as competências de licenciar e fiscalizar as atividades empresariais que possam degradar o meio-ambiente.
Além disso, avaliando a necessidade de se investir ainda mais no combate à degradação do meio-ambiente, o Tratado de Kyoto previu a compensação dos créditos de carbono e, curiosamente, o Brasil possui 15% dos totais de créditos disponíveis para venda. Todavia, a legislação vigente e as compensações ainda estão longe de produzir resultados positivos, mesmo no Brasil. Armando Char cita o impacto ambiental da indústria sucro-alcooleira e da soja. Segundo ele, há legislações sobre esses temas, mas ainda são pouco difundidas na sociedade. No Estado de São Paulo, por exemplo, há a resolução da Secretaria Estadual do Meio Ambiente segundo a qual é proibida a queima de cana-de-açúcar das 6h às 22h. “Todavia, essa resolução é muito desrespeitada, especialmente, no interior do Estado, motivo pelo qual há inúmeros litígios judiciais sobre o tema”, explica Armando Char ponderando que por conta disso muitos municípios têm proibido, por meio da edição de leis, a queimada da cana, como é o caso de Botucatu e Barretos. A lei de Botucatu, inclusive, foi objeto de disputa acirrada no Tribunal de Justiça de São Paulo, que reconheceu a constitucionalidade da legislação pelo fato de o município ter competência para legislar sobre o assunto. No Estado, a queima da palha da cana é regulamentada pela Lei 11.241/03, que estabelece que esse processo deverá ser substituído, de forma gradativa, em 30 anos.
“A pressão mundial para que as empresas adotem medidas de proteção ao meio ambiente está fazendo com que elas reformulem suas estratégias competitivas, incluindo a variável ambiental. A produção agrícola – cada vez mais desenvolvida do ponto de vista econômico, sendo denominada ‘agrobusiness’ – não está excluída dessa nova realidade e tem de se adequar, já que é responsável por parte significativa da degradação ambiental”, diz Armando Char salientando a necessidade de as empresas se adequarem às legislações e adotar políticas que protejam o meio-ambiente, até mesmo contratando seguros que possam protegê-las de eventuais danos ambienta
Escrito por AZ | Brasil Assessoria & Comunicação
Sáb, 29 de Agosto de 2009 09:15
Apesar de o Estado ter a responsabilidade de fiscalizar, as empresas precisam se adequar à nova realidade e cultura: de proteção ambiental
“A responsabilidade sócio ambiental tem se tornado um elemento cada vez mais importante quando se trata de competitividade para os negócios. Atualmente, empresas dos mais diferentes setores e portes investem em ações ambientais e têm percebido retorno positivo em uma “classificação da imagem” no mercado. A afirmação é do advogado Armando Char, da Penteado Mendonça Advocacia, especializado em relações de consumo e empresariais. Ele explica que o meio-ambiente é um direito coletivo, pois é necessário que esteja ecologicamente equilibrado e sustentável para que a vida se desenvolva com qualidade. Com isso, é dever do Estado a fiscalização por danos ambientais. No Brasil, em 1981 foi editada a Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938), criando o regime da responsabilidade civil objetiva pelos danos causados ao meio-ambiente. “Em linhas gerais, a existência de uma ação lesiva e o de dano à natureza e o nexo de causalidade entre ambos já é o suficiente para a configuração do dever de reparação”, comenta o advogado. Inclusive, abrindo precedente na Justiça sobre o tema, a recente decisão do ministro Humberto Martins, do STJ, sustentou que em caso de omissão do órgão estadual na fiscalização da outorga da licença ambiental, cabe ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) o dever de exercer o poder de polícia administrativa, distinguindo as competências de licenciar e fiscalizar as atividades empresariais que possam degradar o meio-ambiente.
Além disso, avaliando a necessidade de se investir ainda mais no combate à degradação do meio-ambiente, o Tratado de Kyoto previu a compensação dos créditos de carbono e, curiosamente, o Brasil possui 15% dos totais de créditos disponíveis para venda. Todavia, a legislação vigente e as compensações ainda estão longe de produzir resultados positivos, mesmo no Brasil. Armando Char cita o impacto ambiental da indústria sucro-alcooleira e da soja. Segundo ele, há legislações sobre esses temas, mas ainda são pouco difundidas na sociedade. No Estado de São Paulo, por exemplo, há a resolução da Secretaria Estadual do Meio Ambiente segundo a qual é proibida a queima de cana-de-açúcar das 6h às 22h. “Todavia, essa resolução é muito desrespeitada, especialmente, no interior do Estado, motivo pelo qual há inúmeros litígios judiciais sobre o tema”, explica Armando Char ponderando que por conta disso muitos municípios têm proibido, por meio da edição de leis, a queimada da cana, como é o caso de Botucatu e Barretos. A lei de Botucatu, inclusive, foi objeto de disputa acirrada no Tribunal de Justiça de São Paulo, que reconheceu a constitucionalidade da legislação pelo fato de o município ter competência para legislar sobre o assunto. No Estado, a queima da palha da cana é regulamentada pela Lei 11.241/03, que estabelece que esse processo deverá ser substituído, de forma gradativa, em 30 anos.
“A pressão mundial para que as empresas adotem medidas de proteção ao meio ambiente está fazendo com que elas reformulem suas estratégias competitivas, incluindo a variável ambiental. A produção agrícola – cada vez mais desenvolvida do ponto de vista econômico, sendo denominada ‘agrobusiness’ – não está excluída dessa nova realidade e tem de se adequar, já que é responsável por parte significativa da degradação ambiental”, diz Armando Char salientando a necessidade de as empresas se adequarem às legislações e adotar políticas que protejam o meio-ambiente, até mesmo contratando seguros que possam protegê-las de eventuais danos ambienta
Governo poderá pagar a quem não desmatar
BRASÍLIA - O governo estuda a criação de um projeto para pagar uma verba anual aos proprietários de áreas de floresta que evitarem o desmatamento. Batizado pelo ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) de "bolsa carbono", o pagamento seria um incentivo econômico à conservação, baseado no valor do carbono que deixa de ser emitido com as derrubadas. Com isso, os donos seriam remunerados pela preservação geral de suas terras, mas a verba seria reduzida caso a área de mata comece a ser destruída. O pagamento da bolsa carbono não se limitaria à região amazônica.
Segundo Minc, estudos preliminares partem de um patamar de US$ 5 (cerca de R$ 10) por tonelada de CO² não emitido com a derrubada de árvores, mas esse número não está definido. Deve variar para cada bioma e por tipo de propriedade.
" É preciso mudar os conceitos. A floresta de pé tem que valer mais que a floresta derrubada "
- É preciso mudar os conceitos. A floresta de pé tem que valer mais que a floresta derrubada. Hoje, derrubar vale mais e não é punido. O crime é rápido, simples e barato. Fazer o certo ainda demora, é caro e complicado. A coisa certa precisa ser remunerada, e o carbono tem valor. Por isso, estamos estudando a ideia do bolsa carbono - disse Minc.
Estudo é da época de Marina Silva como ministra
O estudo, que data da gestão Marina Silva na pasta, leva em conta um patamar inicial de emissões evitadas em nível nacional. A redução de desmatamento anual se traduz em toneladas de CO² que deixaram de ser emitidas, e viram uma cota para todos que participaram da conservação: governo, empresas, assentados etc.
" O reflorestamento e a manutenção são programas muito caros. Seria mais barato não cortar "
A título de exemplo, hoje haveria uma conta de 1,2 tonelada de carbono por hectare na região amazônica. O dono de uma área de mil hectares de floresta receberia pagamento relativo à sua cota: 1.200 tonelada. Porém, a opção de desmatar leva à redução da cota. A cada hectare destruído, haveria um abatimento de 366 toneladas. Neste exemplo, três hectares desmatados o fariam perder todo o pagamento, inclusive para os próximos anos. Se o desmatamento for ilegal, além de perder o incentivo, responderá pelo crime.
Esses créditos de carbono - técnicos do setor rejeitam o termo "bolsa" - seriam facilmente integrados a um mercado nacional de carbono, se ele vier a ser implantado. Dessa forma, o governo sequer pagaria os valores, que poderiam ser revertidos em créditos negociáveis.
Além de recursos do Tesouro, o Ministério do Meio Ambiente espera utilizar verba de fundos, a exemplo do Fundo da Amazônia, que já recebeu doação de US$ 1 bilhão da Noruega. Para convencer a área econômica, técnicos pretendem verificar se o resultado esperado será mais vantajoso para o governo. Serão comparados os custos da bolsa com os de repressão criminal, fiscalização e conservação.
- O reflorestamento e a manutenção são programas muito caros. Seria mais barato não cortar. Estamos fazendo cálculos com a Fazenda e descobrindo quanto se gasta com vigilância e conservação - disse Minc, acrescentando que, se for adiante, a implantação será gradual.
Além dessa iniciativa, o governo já deslanchou uma "bolsa floresta", que remunera serviços ambientais, como o reflorestamento. Está sendo implantada a bolsa de R$ 200 por mês para famílias em assentamentos ou pequenas comunidades na região amazônica, pelo projeto Arco Verde. O orçamento atual é de R$ 50 milhões.
Segundo Minc, estudos preliminares partem de um patamar de US$ 5 (cerca de R$ 10) por tonelada de CO² não emitido com a derrubada de árvores, mas esse número não está definido. Deve variar para cada bioma e por tipo de propriedade.
" É preciso mudar os conceitos. A floresta de pé tem que valer mais que a floresta derrubada "
- É preciso mudar os conceitos. A floresta de pé tem que valer mais que a floresta derrubada. Hoje, derrubar vale mais e não é punido. O crime é rápido, simples e barato. Fazer o certo ainda demora, é caro e complicado. A coisa certa precisa ser remunerada, e o carbono tem valor. Por isso, estamos estudando a ideia do bolsa carbono - disse Minc.
Estudo é da época de Marina Silva como ministra
O estudo, que data da gestão Marina Silva na pasta, leva em conta um patamar inicial de emissões evitadas em nível nacional. A redução de desmatamento anual se traduz em toneladas de CO² que deixaram de ser emitidas, e viram uma cota para todos que participaram da conservação: governo, empresas, assentados etc.
" O reflorestamento e a manutenção são programas muito caros. Seria mais barato não cortar "
A título de exemplo, hoje haveria uma conta de 1,2 tonelada de carbono por hectare na região amazônica. O dono de uma área de mil hectares de floresta receberia pagamento relativo à sua cota: 1.200 tonelada. Porém, a opção de desmatar leva à redução da cota. A cada hectare destruído, haveria um abatimento de 366 toneladas. Neste exemplo, três hectares desmatados o fariam perder todo o pagamento, inclusive para os próximos anos. Se o desmatamento for ilegal, além de perder o incentivo, responderá pelo crime.
Esses créditos de carbono - técnicos do setor rejeitam o termo "bolsa" - seriam facilmente integrados a um mercado nacional de carbono, se ele vier a ser implantado. Dessa forma, o governo sequer pagaria os valores, que poderiam ser revertidos em créditos negociáveis.
Além de recursos do Tesouro, o Ministério do Meio Ambiente espera utilizar verba de fundos, a exemplo do Fundo da Amazônia, que já recebeu doação de US$ 1 bilhão da Noruega. Para convencer a área econômica, técnicos pretendem verificar se o resultado esperado será mais vantajoso para o governo. Serão comparados os custos da bolsa com os de repressão criminal, fiscalização e conservação.
- O reflorestamento e a manutenção são programas muito caros. Seria mais barato não cortar. Estamos fazendo cálculos com a Fazenda e descobrindo quanto se gasta com vigilância e conservação - disse Minc, acrescentando que, se for adiante, a implantação será gradual.
Além dessa iniciativa, o governo já deslanchou uma "bolsa floresta", que remunera serviços ambientais, como o reflorestamento. Está sendo implantada a bolsa de R$ 200 por mês para famílias em assentamentos ou pequenas comunidades na região amazônica, pelo projeto Arco Verde. O orçamento atual é de R$ 50 milhões.
Desmatamento reduziu participação nas emissões do país, diz Minc
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou nesta quinta-feira que o desmatamento das florestas será responsável por uma parcela menor das emissões brasileiras de dióxido de carbono, principal gás que provoca o efeito estufa, por conta da queda do desmatamento e do aumento de outros tipos de emissões.
Apesar de ainda não ter dados oficiais, Minc afirmou que a participação da indústria e da queima de combustíveis fósseis nas emissões do país vai subir de 18 por cento em 1994 para cerca de 25 e 30 por cento.
"Florestas ainda serão o grande emissor. Não será mais 75 por cento como foi em 1994, mas seguramente cairá para algo entre 60 por cento", afirmou o ministro em coletiva de imprensa.
O Brasil quer tomar a liderança entre os países em desenvolvimento na temática da redução de emissões de gases que levam ao aquecimento global na reunião da Organização das Nações Unidas em Copenhague, em dezembro, que abordará especialmente este assunto.
"Vai ser mais expressiva a importância da atuação e do esforço de reduzir emissões relacionadas a energia e indústrias", disse o ministro.
Minc apresentou o relatório de estimativas de emissões atualizadas para o ano de 2007 de CO2 dos setores de energia e indústria. O estudo foi realizado pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do ministério.
Segundo o relatório -que também abarca os setores residencial, público e de transporte-, as emissões de CO2 nestes segmentos aumentaram 49 por cento no período de 13 anos. O nível de emissões da indústria variou 77 por cento.
De acordo com o ministério, esse relatório não representa um inventário de emissões no Brasil, o que ainda está sendo preparado.
Minc destacou que a matriz da energia elétrica brasileira continua sendo uma das mais limpas do mundo, pois se baseia em hidrelétricas. Mas ponderou que a energia elétrica "ficou mais suja", pois a sua geração a partir de termelétricas aumentou 71 por cento frente ao aumento de 122 por cento das emissões do gás.
"Fica bem evidente que é um setor que nós temos que olhar com cuidado", afirmou a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Suzana Kahn.
O setor de transportes também é um dos principais responsáveis por emissões, tendo aumentado 56 por cento de 1994 a 2007. O transporte rodoviário emite 90 por cento do total de CO2 emitido pelo setor, enquanto os transportes ferroviário, aéreo e hidroviário emitem os 10 por cento restantes.
Minc avaliou que é preciso fazer frente ao aumento de emissões no setor de transporte rodoviário com investimentos em carros flex e transporte público. O aumento na proporção de biodiesel no diesel e esforços na construção de hidrovias e ferrovias também foram considerados pelo ministro.
Segundo Minc, vai a voto no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) novas regras para a emissão de veículos leves e comerciais leves. Na esteira do transporte, também está sendo estudada a obrigatoriedade de inspeção e manutenção de carros em todos os Estados brasileiros.
(Reportagem de Ana Paula Paiva)
Apesar de ainda não ter dados oficiais, Minc afirmou que a participação da indústria e da queima de combustíveis fósseis nas emissões do país vai subir de 18 por cento em 1994 para cerca de 25 e 30 por cento.
"Florestas ainda serão o grande emissor. Não será mais 75 por cento como foi em 1994, mas seguramente cairá para algo entre 60 por cento", afirmou o ministro em coletiva de imprensa.
O Brasil quer tomar a liderança entre os países em desenvolvimento na temática da redução de emissões de gases que levam ao aquecimento global na reunião da Organização das Nações Unidas em Copenhague, em dezembro, que abordará especialmente este assunto.
"Vai ser mais expressiva a importância da atuação e do esforço de reduzir emissões relacionadas a energia e indústrias", disse o ministro.
Minc apresentou o relatório de estimativas de emissões atualizadas para o ano de 2007 de CO2 dos setores de energia e indústria. O estudo foi realizado pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do ministério.
Segundo o relatório -que também abarca os setores residencial, público e de transporte-, as emissões de CO2 nestes segmentos aumentaram 49 por cento no período de 13 anos. O nível de emissões da indústria variou 77 por cento.
De acordo com o ministério, esse relatório não representa um inventário de emissões no Brasil, o que ainda está sendo preparado.
Minc destacou que a matriz da energia elétrica brasileira continua sendo uma das mais limpas do mundo, pois se baseia em hidrelétricas. Mas ponderou que a energia elétrica "ficou mais suja", pois a sua geração a partir de termelétricas aumentou 71 por cento frente ao aumento de 122 por cento das emissões do gás.
"Fica bem evidente que é um setor que nós temos que olhar com cuidado", afirmou a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Suzana Kahn.
O setor de transportes também é um dos principais responsáveis por emissões, tendo aumentado 56 por cento de 1994 a 2007. O transporte rodoviário emite 90 por cento do total de CO2 emitido pelo setor, enquanto os transportes ferroviário, aéreo e hidroviário emitem os 10 por cento restantes.
Minc avaliou que é preciso fazer frente ao aumento de emissões no setor de transporte rodoviário com investimentos em carros flex e transporte público. O aumento na proporção de biodiesel no diesel e esforços na construção de hidrovias e ferrovias também foram considerados pelo ministro.
Segundo Minc, vai a voto no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) novas regras para a emissão de veículos leves e comerciais leves. Na esteira do transporte, também está sendo estudada a obrigatoriedade de inspeção e manutenção de carros em todos os Estados brasileiros.
(Reportagem de Ana Paula Paiva)
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Empregos verdes
Há dez anos, quase ninguém ouvia falar em empregos verdes. Hoje, não se fala em outra coisa. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 1,5 milhão de brasileiros realiza atividades que contribuem, de alguma forma, para a redução de impactos ambientais. Desse universo, 500 mil trabalham com energias renováveis, 500 mil, com reciclagem, e o restante, em outros campos de atuação, como reflorestamento, construções sustentáveis e saneamento.
- As tecnologias verdes tendem a empregar mais do que as tradicionais. Para manter o aquecimento global controlado até 2050, será necessário investir 1% do PIB mundial por ano. Isso pode gerar dois bilhões de pessoas empregadas no mundo até lá - afirma Paulo Sérgio Moçouçah, coordenador do Programa de Trabalho Decente e Empregos Verdes da OIT Brasil.
As oportunidades de negócios, criadas por essa revolução verde, estão na pauta da 3ª edição do Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá de terça a quinta-feira na PUC-SP. Segundo Cristina Montenegro, representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) no Brasil, que falará sobre empregos verdes no evento, as oportunidades são vastas e cada vez mais numerosas:
- Ao mesmo tempo que as empresas buscam funcionários que estejam preparados para essa mudança de paradigma, o setor industrial requer profissionais que sejam capazes de viabilizar seus processos de forma mais limpa e ecologicamente correta.
Na corrida para se adequar a essa nova realidade, engenheiros, biólogos, geógrafos, administradores, economistas e até advogados largam na frente. Mas se você não se formou em nenhuma dessas carreiras e quer se aventurar nesse mercado, não se preocupe. Para atender à demanda cada vez maior das empresas e dos setores público e industrial, instituições de ensino estão criando cursos de especialização com ênfase em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
A PUC-Rio, por exemplo, conta com uma ampla grade de cursos de especialização de 360 horas. Já a Fundação Getúlio Vargas (FGV) oferece MBAs e cursos de extensão, a distância, que desenvolvem temas ligados à responsabilidade socioambiental.
- De três anos para cá, a procura por essas especializações aumentou pelo menos 100%. Os profissionais estão em busca de melhores oportunidades - afirma Haroldo Lemos, professor de gestão ambiental e desenvolvimento sustentável da FGV.
Mercado sustentável sofre com a falta de profissionais qualificados
A reciclagem e os biocombustíveis são apontados como os setores que mais oferecem empregos verdes no Brasil. Mas não são as únicas. Reaproveitamento de resíduos, agricultura orgânica, biocosméticos, construções verdes e turismo ecológico também são setores fortes, segundo os especialistas.
- O potencial de geração de empregos verdes na construção civil pode chegar a 800 mil com a incorporação de novas tecnologias. O programa "Minha casa, minha vida", por exemplo, vai gerar 18 mil vagas em toda a cadeia produtiva. E o reflorestamento pode criar, apenas no Pará, cerca de 110 mil empregos por causa do projeto de regularização de propriedades fundiárias na Amazônia, aprovado recentemente pelo governo federal - exemplifica Paulo Sérgio Muçouçah, coordenador do Programa de Trabalho Decente e Empregos Verdes da OIT Brasil.
Ainda segundo a entidade, para cada emprego eliminado no setor de combustíveis fósseis, é possível criar dez novos na área de energias renováveis. Na UFRJ, o Programa de Planejamento Energético (PPE), da Coppe, faz pesquisas e oferece cursos de mestrado e doutorado que trabalham temas como fontes alternativas, uso racional de energia elétrica e emissões de gases de efeito estufa.
- A procura pelos cursos aumentou muito de dez anos para cá. Temos recebido alunos que não são de engenharia, como biólogos, geógrafos e até advogados. Muitos, mal terminam o mestrado ou o doutorado, já são convidados para trabalhar em grandes empresas, por salários que variam de R$8 mil a R$15 mil - conta a engenheira química Alessandra Magrini, professora do PPE.
Apesar de ainda ser cedo para identificar o surgimento de novas profissões por causa da revolução verde - a engenharia ambiental, regulamentada em 1994, por exemplo, é exceção - a mudança de paradigma tem estimulado a incorporação de novas habilidades por quem já está no mercado. Engenheiros de diferentes áreas, por exemplo, têm corrido atrás de especializações em meio ambiente para dar conta do recado.
- Quando há uma mudança radical no padrão tecnológico, o surgimento de novas profissões é inevitável. Mas esse processo ainda não se completou no país - diz Muçouçah.
Especializações adaptam os profissionais para o mercado
Formada em engenharia química pela Uerj, a carioca Priscila Zidan, de 30 anos, faz parte do time de profissionais que assimilaram novas funções para se adaptar às exigências do mercado verde. Para isso, ela apostou num MBA em gestão ambiental pela Funcefet e num mestrado em remediação de águas subterrâneas na Coppe. Hoje ela garante que os procedimentos realizados pela Haztec, companhia que oferece soluções integradas de sustentabilidade para outras empresas, estejam de acordo com normas relacionadas a saúde, segurança e meio ambiente, como a ISO 14.001, certificação mundial de gestão ambiental.
- Só fiz engenharia química na faculdade porque na época não existia engenharia ambiental. Por isso, investir em especializações foi fundamental. A cada emprego que eu passava, novos conhecimentos eram exigidos.
O Núcleo Interdisciplinar do Meio Ambiente (Nima) da PUC-Rio, por exemplo, conta com uma ampla grade de cursos complementares de 360 horas, como os de direito e engenharia urbana e ambiental, direcionado a advogados e engenheiros civis, respectivamente, que querem conhecer a legislação verde e trabalhar com energias sustentáveis, processos de reciclagem, criação de aterros sanitários e eliminação de resíduos, entre outros temas.
- Temos hoje mais de 150 disciplinas relacionadas a meio ambiente e sustentabilidade, que são ensinadas em cursos de diversas áreas de conhecimento - explica o geógrafo Luiz Felipe Guanaes, diretor do Nima.
Apesar do esforço das instituições de ensino em acompanhar a demanda do mercado, ainda há escassez de profissionais qualificados.
- Empresas que visam apenas ao lucro, ignorando as dimensões social e ambiental, não terão vida longa. A preocupação socioambiental está crescendo entre o meio, gerando uma grande oferta de vagas - afirma Fernando Almeida, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
Fonte: O Globo, Paula Dias, 02/ago
- As tecnologias verdes tendem a empregar mais do que as tradicionais. Para manter o aquecimento global controlado até 2050, será necessário investir 1% do PIB mundial por ano. Isso pode gerar dois bilhões de pessoas empregadas no mundo até lá - afirma Paulo Sérgio Moçouçah, coordenador do Programa de Trabalho Decente e Empregos Verdes da OIT Brasil.
As oportunidades de negócios, criadas por essa revolução verde, estão na pauta da 3ª edição do Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá de terça a quinta-feira na PUC-SP. Segundo Cristina Montenegro, representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) no Brasil, que falará sobre empregos verdes no evento, as oportunidades são vastas e cada vez mais numerosas:
- Ao mesmo tempo que as empresas buscam funcionários que estejam preparados para essa mudança de paradigma, o setor industrial requer profissionais que sejam capazes de viabilizar seus processos de forma mais limpa e ecologicamente correta.
Na corrida para se adequar a essa nova realidade, engenheiros, biólogos, geógrafos, administradores, economistas e até advogados largam na frente. Mas se você não se formou em nenhuma dessas carreiras e quer se aventurar nesse mercado, não se preocupe. Para atender à demanda cada vez maior das empresas e dos setores público e industrial, instituições de ensino estão criando cursos de especialização com ênfase em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
A PUC-Rio, por exemplo, conta com uma ampla grade de cursos de especialização de 360 horas. Já a Fundação Getúlio Vargas (FGV) oferece MBAs e cursos de extensão, a distância, que desenvolvem temas ligados à responsabilidade socioambiental.
- De três anos para cá, a procura por essas especializações aumentou pelo menos 100%. Os profissionais estão em busca de melhores oportunidades - afirma Haroldo Lemos, professor de gestão ambiental e desenvolvimento sustentável da FGV.
Mercado sustentável sofre com a falta de profissionais qualificados
A reciclagem e os biocombustíveis são apontados como os setores que mais oferecem empregos verdes no Brasil. Mas não são as únicas. Reaproveitamento de resíduos, agricultura orgânica, biocosméticos, construções verdes e turismo ecológico também são setores fortes, segundo os especialistas.
- O potencial de geração de empregos verdes na construção civil pode chegar a 800 mil com a incorporação de novas tecnologias. O programa "Minha casa, minha vida", por exemplo, vai gerar 18 mil vagas em toda a cadeia produtiva. E o reflorestamento pode criar, apenas no Pará, cerca de 110 mil empregos por causa do projeto de regularização de propriedades fundiárias na Amazônia, aprovado recentemente pelo governo federal - exemplifica Paulo Sérgio Muçouçah, coordenador do Programa de Trabalho Decente e Empregos Verdes da OIT Brasil.
Ainda segundo a entidade, para cada emprego eliminado no setor de combustíveis fósseis, é possível criar dez novos na área de energias renováveis. Na UFRJ, o Programa de Planejamento Energético (PPE), da Coppe, faz pesquisas e oferece cursos de mestrado e doutorado que trabalham temas como fontes alternativas, uso racional de energia elétrica e emissões de gases de efeito estufa.
- A procura pelos cursos aumentou muito de dez anos para cá. Temos recebido alunos que não são de engenharia, como biólogos, geógrafos e até advogados. Muitos, mal terminam o mestrado ou o doutorado, já são convidados para trabalhar em grandes empresas, por salários que variam de R$8 mil a R$15 mil - conta a engenheira química Alessandra Magrini, professora do PPE.
Apesar de ainda ser cedo para identificar o surgimento de novas profissões por causa da revolução verde - a engenharia ambiental, regulamentada em 1994, por exemplo, é exceção - a mudança de paradigma tem estimulado a incorporação de novas habilidades por quem já está no mercado. Engenheiros de diferentes áreas, por exemplo, têm corrido atrás de especializações em meio ambiente para dar conta do recado.
- Quando há uma mudança radical no padrão tecnológico, o surgimento de novas profissões é inevitável. Mas esse processo ainda não se completou no país - diz Muçouçah.
Especializações adaptam os profissionais para o mercado
Formada em engenharia química pela Uerj, a carioca Priscila Zidan, de 30 anos, faz parte do time de profissionais que assimilaram novas funções para se adaptar às exigências do mercado verde. Para isso, ela apostou num MBA em gestão ambiental pela Funcefet e num mestrado em remediação de águas subterrâneas na Coppe. Hoje ela garante que os procedimentos realizados pela Haztec, companhia que oferece soluções integradas de sustentabilidade para outras empresas, estejam de acordo com normas relacionadas a saúde, segurança e meio ambiente, como a ISO 14.001, certificação mundial de gestão ambiental.
- Só fiz engenharia química na faculdade porque na época não existia engenharia ambiental. Por isso, investir em especializações foi fundamental. A cada emprego que eu passava, novos conhecimentos eram exigidos.
O Núcleo Interdisciplinar do Meio Ambiente (Nima) da PUC-Rio, por exemplo, conta com uma ampla grade de cursos complementares de 360 horas, como os de direito e engenharia urbana e ambiental, direcionado a advogados e engenheiros civis, respectivamente, que querem conhecer a legislação verde e trabalhar com energias sustentáveis, processos de reciclagem, criação de aterros sanitários e eliminação de resíduos, entre outros temas.
- Temos hoje mais de 150 disciplinas relacionadas a meio ambiente e sustentabilidade, que são ensinadas em cursos de diversas áreas de conhecimento - explica o geógrafo Luiz Felipe Guanaes, diretor do Nima.
Apesar do esforço das instituições de ensino em acompanhar a demanda do mercado, ainda há escassez de profissionais qualificados.
- Empresas que visam apenas ao lucro, ignorando as dimensões social e ambiental, não terão vida longa. A preocupação socioambiental está crescendo entre o meio, gerando uma grande oferta de vagas - afirma Fernando Almeida, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
Fonte: O Globo, Paula Dias, 02/ago
terça-feira, 4 de agosto de 2009
BEM VINDOS APROVADOS 2009.2!!!!!!!!
Sejam Bem Vindos, aprovados 2009.2, estamos felizes pela conquista de todos vocês e ansiosos em recebê-los.
O perigo da desinformação
Armando Bispo
04 Ago 2009 - 00h40min
Circulação de veículos na areia é comum no Porto das Dunas(Foto: MAURI MELO)
Polemizar e polarizar a discussão entre bugueiros, quadricicleiros, ralizeiros, banhistas e barraqueiros parece ser do interesse dos que não querem uma solução para o problema, não sabem o que é convívio racional e pacífico ou gostam de notícias fantasiosas, destituídas de fatos.
Bugueiros, ralizeiros, banhistas, nativos e barraqueiros só precisam de uma sensata mesa de negociação e diálogo para demonstrar ao poder público que o seu papel é estabelecer leis e fiscalização claras que satisfaçam o interesse comum, isto é, de todos, e não o de uma das partes.
A imprensa, por sua vez, pode ser mediadora e imparcial na apresentação dos fatos e da opinião das partes envolvidas. O que não aconteceu na reportagem “O perigo que vem das dunas”, publicada pelo O POVO no dia 30 de julho. Nela, ficaram estampadas a desinformação e a tendenciosa polarização do assunto, quando o perigo ganhou nome de 4x4 e quadriciclo, e a segurança absoluta se chamou de bugues “cadastrados”.
Embora seja totalmente a favor do honesto trabalho dos bugueiros, a reportagem destaca os alegados acidentes com quadriciclos e 4x4, como se não houvesse registros de acidentes e mortes com bugues em nossas orlas ou dunas. Seria bom lembrar que nem todo motorista de 4x4 é amador, assim como nem todo motorista de bugue é piloto credenciado pelas federações de automobilismo.
A irresponsabilidade alegada aos condutores de quadriciclos e 4x4 ficou também evidente na foto exibida na reportagem que mostra turistas sentados, fora da gaiola de proteção do bugue, sem cinto, sem encosto e sem nenhuma proteção. Aliás, já existem em nossas praias e dunas bugues com bancos e cintos traseiros, demonstrando que o profissionalismo também existe na classe bugueira.
A reportagem termina insinuando que o cearense não tem o direito de contemplar as belezas das dunas no seu carro, moto ou quadriciclo, a não ser que pague pelo aluguel de um credenciado. Ainda mais, deixaram de publicar para aprendizado de todos nós a Lei Ambiental que, segundo o fiscal do Instituto do Meio Ambiente, diz: “É crime ambiental trafegar em dunas móveis”.
Se é crime, ninguém deveria agredir o meio ambiente marcando as dunas com idas e vindas diárias, nem bugues, nem quadriciclos, nem 4x4, nem 4x2, nem os nativos e seus jegues, suas camionetes 4x2 em Jericoacoara, suas motos etc. Se é crime ambiental, vamos todos conhecer as dunas, os lagos e os mangues, pelos cartões postais.
Ninguém quer ser taxado de criminoso, fora da lei ou irresponsável. Para isso, é preciso diálogo, conversa, fóruns, entendimento das partes, reportagens isentas e informativas mostrando as facetas e fatos de cada grupo envolvido. Legislação clara e legisladores isentos de influência econômica para buscar o interesse comum, o direito ao lazer ecologicamente correto, o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente.
04 Ago 2009 - 00h40min
Circulação de veículos na areia é comum no Porto das Dunas(Foto: MAURI MELO)
Polemizar e polarizar a discussão entre bugueiros, quadricicleiros, ralizeiros, banhistas e barraqueiros parece ser do interesse dos que não querem uma solução para o problema, não sabem o que é convívio racional e pacífico ou gostam de notícias fantasiosas, destituídas de fatos.
Bugueiros, ralizeiros, banhistas, nativos e barraqueiros só precisam de uma sensata mesa de negociação e diálogo para demonstrar ao poder público que o seu papel é estabelecer leis e fiscalização claras que satisfaçam o interesse comum, isto é, de todos, e não o de uma das partes.
A imprensa, por sua vez, pode ser mediadora e imparcial na apresentação dos fatos e da opinião das partes envolvidas. O que não aconteceu na reportagem “O perigo que vem das dunas”, publicada pelo O POVO no dia 30 de julho. Nela, ficaram estampadas a desinformação e a tendenciosa polarização do assunto, quando o perigo ganhou nome de 4x4 e quadriciclo, e a segurança absoluta se chamou de bugues “cadastrados”.
Embora seja totalmente a favor do honesto trabalho dos bugueiros, a reportagem destaca os alegados acidentes com quadriciclos e 4x4, como se não houvesse registros de acidentes e mortes com bugues em nossas orlas ou dunas. Seria bom lembrar que nem todo motorista de 4x4 é amador, assim como nem todo motorista de bugue é piloto credenciado pelas federações de automobilismo.
A irresponsabilidade alegada aos condutores de quadriciclos e 4x4 ficou também evidente na foto exibida na reportagem que mostra turistas sentados, fora da gaiola de proteção do bugue, sem cinto, sem encosto e sem nenhuma proteção. Aliás, já existem em nossas praias e dunas bugues com bancos e cintos traseiros, demonstrando que o profissionalismo também existe na classe bugueira.
A reportagem termina insinuando que o cearense não tem o direito de contemplar as belezas das dunas no seu carro, moto ou quadriciclo, a não ser que pague pelo aluguel de um credenciado. Ainda mais, deixaram de publicar para aprendizado de todos nós a Lei Ambiental que, segundo o fiscal do Instituto do Meio Ambiente, diz: “É crime ambiental trafegar em dunas móveis”.
Se é crime, ninguém deveria agredir o meio ambiente marcando as dunas com idas e vindas diárias, nem bugues, nem quadriciclos, nem 4x4, nem 4x2, nem os nativos e seus jegues, suas camionetes 4x2 em Jericoacoara, suas motos etc. Se é crime ambiental, vamos todos conhecer as dunas, os lagos e os mangues, pelos cartões postais.
Ninguém quer ser taxado de criminoso, fora da lei ou irresponsável. Para isso, é preciso diálogo, conversa, fóruns, entendimento das partes, reportagens isentas e informativas mostrando as facetas e fatos de cada grupo envolvido. Legislação clara e legisladores isentos de influência econômica para buscar o interesse comum, o direito ao lazer ecologicamente correto, o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente.
Contêineres com lixo importado estão embarcados para devolução
"O Brasil não será a lata de lixo do planeta", reafirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que esteve em Rio Grande no último sábado, 1º, para acompanhar o embarque dos 40 contêineres com 740 toneladas de lixo doméstico e tóxico vindos da Inglaterra. A operação aconteceu no final da tarde no Terminal de Contêineres (Tecon) do Rio Grande. A saída do navio MSC Oriane, de bandeira panamenha, que irá transportar a carga de volta para o porto de Felixstowe, estava marcada para a manhã de ontem, 2, no entanto, devido ao mau tempo, precisou ser adiada. Até o final da tarde de ontem, ainda não havia previsão para a saída do navio.
Na chegada ao Tecon, o ministro Minc reuniu-se com o superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, o diretor Administrativo e Financeiro do porto rio-grandino, Daniel Silveira, representantes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), administração do Tecon Rio Grande, Receita e Polícia Federal, entre outras autoridades. Conforme Minc, o encontro foi preparatório para a reunião que acontece nesta terça-feira, 4, em Brasília, com as direções dos Ministérios do Meio Ambiente, Justiça e da Defesa, Secretaria dos Portos, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Rodoviária Federal, Anvisa e Receita Federal.
Após a reunião, Minc foi até o local onde estavam os contêineres com o lixo importado e concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. Na ocasião, afirmou que a reunião em Brasília terá como objetivo identificar e superar as vulnerabilidades para que esse tipo de situação não volte a ocorrer no Brasil. “Seguramente essa não foi a primeira vez que aconteceu. No Rio de Janeiro e São Paulo, também houve entrada de carga ilegal, tóxica e de lixo hospitalar e doméstico”.
O segundo passo será analisar o passivo ambiental e observar o que entrou no país, o que já foi queimado ou enterrado. Conforme o ministro, a empresa que importou esses resíduos para o Brasil foi responsável pela entrada de centenas de contêineres no ano passado no País. “Vamos querer saber o que era essa carga e a destinação desses contêineres”, explica.
Ele afirmou que outros passos importantes a serem tomados será sinalizar a países, sobretudo, africanos e do Caribe, que eles estão recebendo milhares de toneladas de lixo dos países desenvolvidos como Estados Unidos e nações da Europa. A intenção é de também alertar fortemente os países desenvolvidos. Conforme o ministro, não é aceitável, às vésperas da reunião de Copenhague - quando será discutida a emissão de gases no planeta -, que os países ricos exportem para nações em desenvolvimento e pobres o seu lixo doméstico, hospitalar ou químico.
O ministro ressaltou também que nesta semana terá uma reunião com ministro do Clima dos Estados Unidos e o ministro do Meio Ambiente e Tecnologia da Inglaterra, que já estava programada com o objetivo de discutir ações para diminuir temperatura e efeito estufa. No entanto, ele pretende chamar a atenção para esse problema. “O Brasil pede que esses países reforcem seus controles e que impeçam que o seu lixo seja exportado para países como o nosso. Isso é uma prática ilegal e acaba contaminando o solo, a água e as pessoas. Isso é uma lógica perversa e o Brasil terá um papel de protagonismo em exigir uma mudança desse comportamento”. Ele salientou ainda que a ação fere a Convenção de Basileia, da qual Inglaterra e Brasil são signatários e que regulamenta a movimentação de resíduos perigosos entre os países e também fere a ética ecológica. E garantiu que o Brasil já entrou com uma representação contra a Inglaterra na Convenção de Basileia. “A gente já tem dificuldade em tratar o nosso lixo, só faltava a gente ter que tratar o dos países ricos. Eles precisam cuidar do seu quintal”, ressaltou.
Minc disse ainda que, durante a reunião preparatória em Rio Grande, ele anotou uma série de questões importantes, entre elas, a exigência de que todas as cargas deixem com a Receita Federal sua documentação e não apenas quando são vistoriadas, o que acontece em apenas 25% dos casos; a mudança na legislação atual que condena ao perdimento de cargas que tenham sido importadas ilegalmente. No caso de cargas tóxicas ou lixo doméstico, o Brasil é quem arca com o ônus; ampliar o controle das importações utilizando mais funcionários e também equipamentos como scanners, raio x, entre outros. O ministro do Meio Ambiente defendeu ainda a formação de um grupo de ação federal com a participação do Ibama e Anvisa nos portos. “São várias sugestões para diminuir a vulnerabilidade, como modificar a legislação, ampliar a eficácia do controle de portos, aeroportos e fronteiras secas também”, reforçou.
Antes de seguir para a Europa, o navio MSC Oriane fará escala no Porto de Santos onde deverá embarcar outros 41 contêineres com lixo inglês. A previsão é de que a embarcação chegue a Felixstowe entre os dias 20 e 21 deste mês.
Após o envio dessa carga, uma nova operação acontecerá no porto rio-grandino para embarcar as 150 toneladas de lixo que estão na Estação Aduaneira de Caxias do Sul. A carga aguarda a chegada de oito contêineres para ser novamente estufada (carregada) para posteriormente ser exportada.
Ao todo, o Brasil recebeu 89 contêineres com lixo inglês, aproximadamente 1,7 mil toneladas, que foram importadas como polímeros de etileno para reciclagem. Através de denúncia anônima, a Receita Federal descobriu que as cargas eram na verdade lixo tóxico e doméstico. No momento em que a carga foi descoberta, as cinco empresas envolvidas, no Rio Grande do Sul, foram multadas em R$ 408,8 mil cada.
Melina Brum Cezar
Na chegada ao Tecon, o ministro Minc reuniu-se com o superintendente do Porto do Rio Grande, Janir Branco, o diretor Administrativo e Financeiro do porto rio-grandino, Daniel Silveira, representantes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), administração do Tecon Rio Grande, Receita e Polícia Federal, entre outras autoridades. Conforme Minc, o encontro foi preparatório para a reunião que acontece nesta terça-feira, 4, em Brasília, com as direções dos Ministérios do Meio Ambiente, Justiça e da Defesa, Secretaria dos Portos, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Rodoviária Federal, Anvisa e Receita Federal.
Após a reunião, Minc foi até o local onde estavam os contêineres com o lixo importado e concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. Na ocasião, afirmou que a reunião em Brasília terá como objetivo identificar e superar as vulnerabilidades para que esse tipo de situação não volte a ocorrer no Brasil. “Seguramente essa não foi a primeira vez que aconteceu. No Rio de Janeiro e São Paulo, também houve entrada de carga ilegal, tóxica e de lixo hospitalar e doméstico”.
O segundo passo será analisar o passivo ambiental e observar o que entrou no país, o que já foi queimado ou enterrado. Conforme o ministro, a empresa que importou esses resíduos para o Brasil foi responsável pela entrada de centenas de contêineres no ano passado no País. “Vamos querer saber o que era essa carga e a destinação desses contêineres”, explica.
Ele afirmou que outros passos importantes a serem tomados será sinalizar a países, sobretudo, africanos e do Caribe, que eles estão recebendo milhares de toneladas de lixo dos países desenvolvidos como Estados Unidos e nações da Europa. A intenção é de também alertar fortemente os países desenvolvidos. Conforme o ministro, não é aceitável, às vésperas da reunião de Copenhague - quando será discutida a emissão de gases no planeta -, que os países ricos exportem para nações em desenvolvimento e pobres o seu lixo doméstico, hospitalar ou químico.
O ministro ressaltou também que nesta semana terá uma reunião com ministro do Clima dos Estados Unidos e o ministro do Meio Ambiente e Tecnologia da Inglaterra, que já estava programada com o objetivo de discutir ações para diminuir temperatura e efeito estufa. No entanto, ele pretende chamar a atenção para esse problema. “O Brasil pede que esses países reforcem seus controles e que impeçam que o seu lixo seja exportado para países como o nosso. Isso é uma prática ilegal e acaba contaminando o solo, a água e as pessoas. Isso é uma lógica perversa e o Brasil terá um papel de protagonismo em exigir uma mudança desse comportamento”. Ele salientou ainda que a ação fere a Convenção de Basileia, da qual Inglaterra e Brasil são signatários e que regulamenta a movimentação de resíduos perigosos entre os países e também fere a ética ecológica. E garantiu que o Brasil já entrou com uma representação contra a Inglaterra na Convenção de Basileia. “A gente já tem dificuldade em tratar o nosso lixo, só faltava a gente ter que tratar o dos países ricos. Eles precisam cuidar do seu quintal”, ressaltou.
Minc disse ainda que, durante a reunião preparatória em Rio Grande, ele anotou uma série de questões importantes, entre elas, a exigência de que todas as cargas deixem com a Receita Federal sua documentação e não apenas quando são vistoriadas, o que acontece em apenas 25% dos casos; a mudança na legislação atual que condena ao perdimento de cargas que tenham sido importadas ilegalmente. No caso de cargas tóxicas ou lixo doméstico, o Brasil é quem arca com o ônus; ampliar o controle das importações utilizando mais funcionários e também equipamentos como scanners, raio x, entre outros. O ministro do Meio Ambiente defendeu ainda a formação de um grupo de ação federal com a participação do Ibama e Anvisa nos portos. “São várias sugestões para diminuir a vulnerabilidade, como modificar a legislação, ampliar a eficácia do controle de portos, aeroportos e fronteiras secas também”, reforçou.
Antes de seguir para a Europa, o navio MSC Oriane fará escala no Porto de Santos onde deverá embarcar outros 41 contêineres com lixo inglês. A previsão é de que a embarcação chegue a Felixstowe entre os dias 20 e 21 deste mês.
Após o envio dessa carga, uma nova operação acontecerá no porto rio-grandino para embarcar as 150 toneladas de lixo que estão na Estação Aduaneira de Caxias do Sul. A carga aguarda a chegada de oito contêineres para ser novamente estufada (carregada) para posteriormente ser exportada.
Ao todo, o Brasil recebeu 89 contêineres com lixo inglês, aproximadamente 1,7 mil toneladas, que foram importadas como polímeros de etileno para reciclagem. Através de denúncia anônima, a Receita Federal descobriu que as cargas eram na verdade lixo tóxico e doméstico. No momento em que a carga foi descoberta, as cinco empresas envolvidas, no Rio Grande do Sul, foram multadas em R$ 408,8 mil cada.
Melina Brum Cezar
Energia limpa é tema na ManagemenTV no mês do meio ambiente
Início Informe-se Notícias
Energia limpa é tema na ManagemenTV no mês do meio ambiente
04 de agosto de 2009 às 13:14
Por Cintia Beck - FSB Comunicações
A-A+
A ManagemenTV traz em agosto, dois programas voltados ao mês do meio ambiente. A série ‘Eco Energy’ apresenta em seis capítulos, veiculados todas às quintas-feiras às 21 horas, as surpreendentes e inovadoras transformações da área energética.
A série aborda o que se tem buscado de alternativa para o combustível fóssil, como o etanol brasileiro, a energia solar distribuída de Bangladesh e a energia eólica nos Estados Unidos.
O documentário ‘Etanol: o combustível que você pode plantar’, que vai ao ar dia 6/08 às 23h30, mostra os estudos feitos na área de desenvolvimento de combustíveis que usam insumos como cana-de-açúcar, açúcar e milho, qual o panorama para esse mercado e como o Brasil se destaca no segmento.
A ManagemenTV é o canal da HSM focado em gestão e negócios. É transmitida pela SKY/54 e TV Alphaville/73, e desde 21/07, passou a ser transmitido pela TVA/70 e Telefônica TV Digital/367. A sua grade combina programas que vão de talk shows a reality shows, passando por histórias reais do mundo dos negócios.
Energia limpa é tema na ManagemenTV no mês do meio ambiente
04 de agosto de 2009 às 13:14
Por Cintia Beck - FSB Comunicações
A-A+
A ManagemenTV traz em agosto, dois programas voltados ao mês do meio ambiente. A série ‘Eco Energy’ apresenta em seis capítulos, veiculados todas às quintas-feiras às 21 horas, as surpreendentes e inovadoras transformações da área energética.
A série aborda o que se tem buscado de alternativa para o combustível fóssil, como o etanol brasileiro, a energia solar distribuída de Bangladesh e a energia eólica nos Estados Unidos.
O documentário ‘Etanol: o combustível que você pode plantar’, que vai ao ar dia 6/08 às 23h30, mostra os estudos feitos na área de desenvolvimento de combustíveis que usam insumos como cana-de-açúcar, açúcar e milho, qual o panorama para esse mercado e como o Brasil se destaca no segmento.
A ManagemenTV é o canal da HSM focado em gestão e negócios. É transmitida pela SKY/54 e TV Alphaville/73, e desde 21/07, passou a ser transmitido pela TVA/70 e Telefônica TV Digital/367. A sua grade combina programas que vão de talk shows a reality shows, passando por histórias reais do mundo dos negócios.
Campanha 'Saco é um saco', contra uso de sacolas plásticas, é lançada na Maré
RIO - A campanha nacional "Saco é um saco", para incentivar os consumidores a não usarem sacolas plásticas, que poluem o meio ambiente e não podem ser recicladas, foi lançada nesta segunda-feira na comunidade do Complexo da Maré. Estiveram presentes a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Durante o evento, os moradores trocaram sacolas plásticas, sobretudo as de supermercado, por bolsas feitas de pano e de material reutilizável. Só no Brasil, são consumidas 12 bilhões de sacolas plásticas ao ano e, cada brasileiro, usa em torno de 66 unidades por mês, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
A lei estadual 5.502/2009 foi sancionada no mês passado , obrigando estabelecimentos comerciais a substituírem, gradativamente, sacos plásticos por bolsas reutilizáveis. Pela nova lei, os supermercados também podem optar por oferecer desconto na compra de alimentos por cada saco plástico que o consumidor não levar ou então a trocar 1 kg de alimento por 50 sacos plásticos apresentados pelo consumidor.
- Descontos na compra de alimentos ou trocar poluição por comida é uma forma de estimular as pessoas a aderir à campanha. É fundamental esse trabalho, pois os sacos plásticos entopem as canalizações e poluem os nossos rios, agravando as enchentes. Além disso, levam anos para se deteriorarem - explicou a secretária Marilene Ramos.
A ecobarreira do Canal do Cunha foi o cenário escolhido para o lançamento da campanha por reter grande quantidade de lixo flutuante lançado em corpos hídricos: em média, 590kg de garrafas pet e 600kg de plástico, incluindo sacolas plásticas são retiradas por mês.
A lei estadual 5.502/2009 foi sancionada no mês passado , obrigando estabelecimentos comerciais a substituírem, gradativamente, sacos plásticos por bolsas reutilizáveis. Pela nova lei, os supermercados também podem optar por oferecer desconto na compra de alimentos por cada saco plástico que o consumidor não levar ou então a trocar 1 kg de alimento por 50 sacos plásticos apresentados pelo consumidor.
- Descontos na compra de alimentos ou trocar poluição por comida é uma forma de estimular as pessoas a aderir à campanha. É fundamental esse trabalho, pois os sacos plásticos entopem as canalizações e poluem os nossos rios, agravando as enchentes. Além disso, levam anos para se deteriorarem - explicou a secretária Marilene Ramos.
A ecobarreira do Canal do Cunha foi o cenário escolhido para o lançamento da campanha por reter grande quantidade de lixo flutuante lançado em corpos hídricos: em média, 590kg de garrafas pet e 600kg de plástico, incluindo sacolas plásticas são retiradas por mês.
Assinar:
Postagens (Atom)