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WWF

sábado, 29 de agosto de 2009

Dinheiro público ajuda a produzir energia suja

O Brasil ainda tem a matriz energética mais limpa do mundo entre os países desenvolvidos e emergentes, mas esse quadro pode mudar com a política adotado pelo governo de incentivar o uso de fontes mais poluentes e não renováveis de geração. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou em Brasília que as usinas termoelétricas aumentaram suas emissões de CO2 (principal gás de efeito-estufa), de 1994 para 2007, em 122%. Passou de 10,8 milhões de toneladas para 24 milhões de toneladas de CO2 no período.

Há dias, Mercado Carbono procurou saber a razão de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar uma dessas usinas que, além de usar uma matéria-prima não-renovável (carvão mineral), vai utilizar produto importado. O banco destinou R$ 1,4 bilhão para a construção de uma termoelétrica em São Gonçalo do Amarante, Ceará, que entrará em operação em 2012. O BNDES alega que o custo de implantação do projeto é de cerca de R$ 4.200 por KW de capacidade instalada, enquanto uma unidade eólica é de cerca de R$ 5.000 por KW e de cogeração a bagaço de cana, R$ 2.500 por KW instalado. "Ressalte-se que, tanto no caso das unidades eólicas como no caso das de cogeração a bagaço de cana, o fator de capacidade, ou seja, a geração efetiva de energia elétrica por KW instalado é bastante inferior (cerca de 30% e 60%, respectivamente), quando comparado com o de uma termelétrica a carvão (cerca de 90%)", procuraram justificar os técnicos do banco.

Além da alegada diversificação da matriz energética (mesmo que mais suja), o banco informa que "a usina será construída utilizando modernas técnicas de engenharia e equipamentos, adotando tecnologias de queima limpa", como queimadores de baixo NOx, instalação de filtros dessulfurizadores com calcário (FGD) para controlar a emissão de SO2, e de precipitadores eletrostáticos.

Para o ministro do Meio Ambiente, a matriz energética brasileira continua muito limpa, porque ainda é muito baseada em hidrelétricas, mas há um aumento significativo das termoelétricas. Para ele, é preciso incentivar a energia eólica e solar e impedir o aumento das termoelétricas.

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